sábado, 17 de dezembro de 2011

Não leia.

Me assustei quando li tudo que vinha escrevendo nos ultimos meses, esse ano não foi um daqueles inesquecivéis, daqueles que se pudesse reviver, reviveria. Não, foi um ano frio. Daqueles que teve que terminar por obrigação, para que termine também o que sinto.

Começei jogando fora de um a um o que me doía por dentro. Em primeiro lugar, prometi a mim mesma nunca mais chorar, nem uma gota de lágrima vai escorrer do meu rosto a não ser d'uma estonteante felicidade, que brote assim; para que eu possa rega-la e que assim ela se multiplique.

Esses sorrisos mal dados, mal recebidos tratei logo de ir colocando pra fora. Deixei lá na calçada, quem sabe alguém que se sente como eu me sentia faça um bom proveito. Sorrisos falsos, forçados, nada ultimamente tem me feito feliz. Nem se quer o que eu mais quero, tem me dado motivos para que assim o faça.

Vivo por musica e pela música. Mas algumas me deixam tão melancólica e repetitiva em sentimentos bobos que descartei algumas, poucas delas tinha como preferidas; assim fui apagando uma a uma, certas melodias não quero nunca mais poder ouvir. Mesmo que algumas delas eu tenha como trilha sonora da minha vida. Em momentos dificéis, algumas musicas me deixaram ainda mais pra baixo, se eu estava prestes a me afogar; algumas simplismente sem piedade me deixassem morrer, afogada por dentro. Me afogando a cada palavra que sai da minha boca e até mesmo aquelas que nunca me ousarei a dizer.

Dos textos que escrevi, li e reli alguns essa noite. Os trechos de "mar em passos" que estavam na minha cabeçeira não existem mais, cobri todos com tinta branca. Em muitos rabiscos ainda me vejo, com toda essa coisa de envelhecer independente da idade que marca na certidão, fui me sentindo triste ao ver que o que eu escrevia demonstrava constante dor. E em meio a tanto vazio, sofrimento impuro, alguns seres que se sentem como eu; viram beleza na escuridão. Foi nesse momento que me transformei em luz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

Sobre-quem.

Minha foto
Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

Leitores.