Coração bate abaixo do peito, não consigo dormir achando que ele escorreu. Um mal jeito no peito que não bate. Lembro quando ele estava numa minha mão, e você segurando a outra. Eu não me importaria de engoli-lo toda vez que você se despedisse, só pra ter a sensação que algo batia e remexia dentro de mim. Restou saudade de quando não o riso não tinha data nem hora marcada, eramos crianças brincando com pedras e construindo castelos sem imaginar o que nos esperava na semana seguinte. O dia passou, aquele jardim que costumavamos brincar é seco agora, o capim não é verde e não tem mais pipoca lá perto. Só tem um novo shopping, carros e ninguém imagina que plantamos amor debaixo daquele concetro e plantas de enfeite.
Não chegou a nascer, mas brotou em mim aquele amor antigo e a vontade de correr na beira de manhã cedinho, quando nem o céu é azul. Do pouco que lembro, sua parte predileta do dia é quando o sol vai embora e só resta aquele alaranjado aconchegante, a tua cabeça recostada sobre o coqueiro e nossos pés atolados na areia fria. Ríamos do mundo, ríamos de tudo e não éramos de ninguém. Tinhamos o resto do dia pra descançar as pernas, ouvir Bob Dylan e cozinhar lá fora. O dia nem chegou ao fim, eu nem tive que acordar de um sonho qualquer e você não pode ficar pro jantar, não pode nadar no mar bruto, nem inventar formato das nuvens. Nem revelamos as fotos dos nossos pés na beira da agua, nem a guerra de tinta no quintal da sua casa.
Ainda resta tempo, minhas vontades não avançam. Tenho um quarto de fotografias, nossas fotos estapam a parede do quarto e o reflexo no espelho me pediu pra te escrever sobre saudade. Eu ainda moro na mesma casa, ainda corro pelo passeio, não presto atenção na aula de quimica e tem 8 anos que te espero. Você ainda vem?
Não chegou a nascer, mas brotou em mim aquele amor antigo e a vontade de correr na beira de manhã cedinho, quando nem o céu é azul. Do pouco que lembro, sua parte predileta do dia é quando o sol vai embora e só resta aquele alaranjado aconchegante, a tua cabeça recostada sobre o coqueiro e nossos pés atolados na areia fria. Ríamos do mundo, ríamos de tudo e não éramos de ninguém. Tinhamos o resto do dia pra descançar as pernas, ouvir Bob Dylan e cozinhar lá fora. O dia nem chegou ao fim, eu nem tive que acordar de um sonho qualquer e você não pode ficar pro jantar, não pode nadar no mar bruto, nem inventar formato das nuvens. Nem revelamos as fotos dos nossos pés na beira da agua, nem a guerra de tinta no quintal da sua casa.
Ainda resta tempo, minhas vontades não avançam. Tenho um quarto de fotografias, nossas fotos estapam a parede do quarto e o reflexo no espelho me pediu pra te escrever sobre saudade. Eu ainda moro na mesma casa, ainda corro pelo passeio, não presto atenção na aula de quimica e tem 8 anos que te espero. Você ainda vem?
Diz que sim. Hélida Carvalho
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