segunda-feira, 17 de setembro de 2012

em 2006 o ceu chorou na minha janela

O céu ainda chora, não há lenço nem consolo. Um clarão vem de longe, parece que atingirá alguns lunáticos no caminho antes que caia na minha cabeça e exploda-me de uma vez de fora pra dentro. Arrancando-me os membros, mas arrancando também essa dor cravada nesse peito dolorido. Os trovões são gritos calados, boletins policiais constantes e sem razão. Um grito de socorro pro mundo, uma alerta por salvação, por um fim misericordioso, por uma ultima facada de piedade, enquanto a noite leva uma eternidade no controle remoto de uma TV quebrada. Não passa. Não muda. Não morre, nem liga. Quando os olhos se abrem, já é manhã, há pilhas novas no armário e tempestades de uma noite só nunca estão sozinhas.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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