sábado, 8 de setembro de 2012

"Não sei se posso continuar a sentir, então menti a mim mesma, como de costume toda noite. E assim percebi que nada mais tenho a ganhar ou perder em uma vida que não vivi, que apenas denominei de minha por ninguém mais querer assim a chamar. Possuo dores que estão comigo a anos e mesmo assim ainda não as expulsei. Talvez pela comodidade que me trazem, talvez da falta de um adeus que não sei ensaiar – nunca sairia como combinado. O que perdi de tão precioso nessa vida não poderá ser recuperado, mas sinto a presença de alguém que me guarda toda noite, me afaga em silêncio, me canta em forma de vento, me assovia, me embaraça os cabelos. Não consigo mais não ser – gritei. Nada lá para me ouvir, nem o vento trouxe o eco."
Hélida Carvalho em trechos de "Cartas para Abel."

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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