quarta-feira, 19 de setembro de 2012

sou teu céu enferrujado

e mandei um cantor que perdeu a voz pra te cantar a nossa música. Decorei a noite que aparece na minha janela, plantei estrelas naquele céu e duas delas tem o teu nome. As outras são tua companhia nas noites chuvosas, em que só a lua em coragem se mostra e ilumina teus passos cansados enquanto você procura por um pedaço de memória minha pregado nas mesmas paredes amareladas. E o mesmo cheiro de saudade não te deixa dormir, te entope a garganta e se perde no silêncio da tua própria voz. As luzes da cidade te convidam pra um dia sem pressa, mas o fantasma na tua cama te oferece um cigarro, e o descanso dos olhos que perderam o brilho, mas que não perdeu a vida. 

Entre os absurdos mais bonitos, morrer por você foi a pior ideia que já tive. Joguei tuas navalhas nos meus cortes e agora tua barba te tira a identidade, tua voz falha e teu corpo pede por mim. Fiz as malas, meus dias de inverno se foram, e chamo pelo seu nome.

Teu relógio tem o meu tempo, amor.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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