quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nada era como antes. Certas coisas foram feitas para durar duas semanas, certas pessoas foram feitas para serem beijadas somente uma vez no mês. Certos tropeços foram feitos como sinal de atenção. Certas pessoas ainda não valem o sofrimento que causam, certos cortes foram feitos para não serem cicatrizados. Feridas foram feitas para lembrar que algumas coisas marcam, em pele, em pensamento. Certos amores foram feitos para serem vividos numa noite de bebedeira, com um copo ou três a mais de cachaça eu me apaixonava tão fácil quanto ia embora. Certos goles foram feitos para serem cuspidos. Certas pessoas – como eu e você, foram feitas em formas. Formações constantes e emergentes, estou crescendo sobre o que sobrou de mim, pelos meus pedaços fiz uma escada. Para a tua felicidade estou no 3° degrau, faltam pouco mais de cem. Não te preocupas, uma hora eu chego em mim, e quanto eu me encontrar tudo que eu perdi estará dentro de uma mala embaixo de um carro parado, ou de uma muda de roupa suja. 

Eu não escrevo mais sobre amor. 
Te vejo amanhã, ou não.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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