terça-feira, 9 de outubro de 2012

Quebrando outro espelho.

                                                     Amanda, eu quis te amar.
              Teu nome é aspirante a amor. Se enquadra em mim, me põe uma letra a menos e sou teu.

Os galhos que encontro pelo caminho me tiram o silêncio que meus pés carregam, a folha que cai sobre o meu ombro me arrepia e me dá um susto. Estou longe Amanda, e te escrevo porque não posso gritar. Não posso correr pela rua, não posso ver os pássaros de perto, não posso ter as nuvens reveladas no meu celular que mal cabe no bolso. O vento aqui procura briga, me corta a voz, me tira o grito com teu nome. Quando é noite e a lua pisca com os teus olhos, me cai um cilio em forma de estrela cadente e te faço um pedido. Te peço, mas me impeço de te ter. A tua Lua me deixa recado na secretária eletrônica, me manda um e-mail, mas nunca vem. Nunca desce até o passeio de casa, nunca tomou banho comigo, nem me sorriu no metrô. A tua Lua tem defeito, não é nome. Amanda, assina o céu com teu apelido. Guarda o amor que você carrega em mim, não despeja na neblina, nem me assopra folhas verdes. Espera, espera que eu chego. Amanhã é verão, amanhã tem sol. Vou me atrasar, mas às 6h nos vemos perto da praça Magalhães.
Hélida Carvalho

2 comentários:

  1. ah, hélida, hoje mesmo pensei no wanderlust e vou terminar da próxima vez que a gente se falar direito *-* te adoro.

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  2. coisa linda você! posta mais wanderlust que eu quero ler.. cê sabe, beijo mandinha.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

Sobre-quem.

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

Leitores.