sábado, 19 de novembro de 2011

Privei me

Começou como uma epifania, logo depois um me veio como um abismo. Mesmo depois de horas vazias me olhando no espelho, não me encontrei. Tanto que me procurei, tanto tempo montando cada nova peça de mim, quando todas elas foram jogadas em um buraco de solidão. Mesmo fitando meus olhos, tudo que encontrei foi um olhar vago e perdido, cansado de chorar noites afora, procurei um recanto de paz neles, que antes só desejam a luz do sol. Era lá que a paz dos meus olhos se encontravam. Fitei meu rosto cansado por um momento, e pressenti que todo o cansaço que havia dentro de mim começava a brotar pelos meus poros.

Essa tristeza incessável, mesmo depois de tanto sofrer com esse vazio esmagador, de tanto chorar por nada acontecer, de tanto desejar um fim feliz para a minha vida, mesmo sendo ela tão curta aos olhos adultos. Me olhei por horas, e tudo que senti foi um sentimento de pena. Mas tenho eu pena de mim? Pena de como me degradei em tão pouco tempo, por falta de ti. - Não sofra por nenhum rapaz. É o que sempre ouço, mas longe mim amar um rapaz e ele não me devolver essa paixonite. Me sinto distante de Deus, tanto que eu te peço Pai. Sei que tu me dá todo o fardo que eu posso aguentar, mas não sei ser tão forte o tempo inteiro, as vezes algumas peças que me fazem forte desaparecem. Essa vontade de tristeza que reina em mim, não a quero mais. Como um vento bom, a felicidade nem mesmo me abraça, apenas vai. Quero uma que fique aqui comigo, daquelas que você acorda e agradeçe por mais um belo dia de vida. Tudo o que eu peço a Ti, sou eu. Me quero de volta, quero minha alma que transbordava felicidade, sorrisos desarmados, olhares que iluminavam rostos. Essa não sou eu, essa é a falta de mim. Me quero, é o meu desejo para o resto da vida. Me devolve, e nunca mais atormento-te com pedidos repetitivos de amores reciprocos.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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