segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sem fim.. talvez sem começos. Um meio conto.

Aceitar-se. Mesmo que por alguns instantes na frente do espelho, se amar.
Me senti no direito de poder ser mais hoje, de enfrentar o que tanto me amarrou ao chão.
Decidi quebrar o cadeado das correntes que me prendiam os pés. Por tanto tempo com a cabeça baixa, me sustentaram por deveras mas hoje migalhas não me fazem serventia. As folhas secas que caem das arvores não me chamam atenção como antes. Ver olhares baixos a procura de afeição me fizeram desprender minhas asas.
Dizem que quando você assume o que realmente é, você está pronto para dar o seu primeiro voo rasante, daqueles em que o sol chega a dourar minhas penas de tão perto que me encontro dele, de voar tão alto que possa sentir o orvalho de cada flor enterrada em espinhos. Fazer parte do céu, me azulejar entre os outros corajosos passaros que deixaram de tentar voar de pequenas arvores. Fui a mais alta arvore do bosque, avistei uma milenar daquela que até meus bisavós deixaram iniciais lá. Um começo, um meio onde não havia outras metades.
Um fim próximo ao começo do meio.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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