Despeço-me com um aperto de mão. Nada tão doloroso quanto um abraço de despedida, não achas? Pior seria se me colocasse a chorar jamais fiz antes, imagine a insanidade da conversa quando me ajoelhasse e pedisse para que ficasse. Nada tão estúpido quanto lembrar-te cada mísero momento que apelidei de nosso, quanto catei as migalhas de soberba e paixão desajeitada que deixaste cair por pura motivação de fazer-me infeliz.
Quando a chama da vela ao meu lado se apagou, na mesma mórbida escuridão continuei - daquela que me assolava a anos - levantei-me da cama sem esforço e ainda pude sentir seus olhos semi abertos e então o presenteei com um aperto de mão. Descalça e só com o vento assoviando uma canção desconhecida, coloquei me a correr e pude sentir meus ossos estraçalhando-se quando me deparei com a terra fria. Estava em casa, em paz.
Sem um adeus, um laçar de dedos vago e ocioso.
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