sexta-feira, 23 de março de 2012

Dei tchau, acenei com a mão discretamente, dei um riso meio morto. Dei quatro passadas para trás, olhei para os outros milhares de pessoas que iam encontrar um novo caminho, a moça da bagagem me encarava séria. Dei outro passo em falso, por um momento achei que ia desabar, tropecei nos meus próprios pés, o esmalte da minha unha ficou no chão do aeroporto junto com a minha esperança de que você volte. O cabelo que caia sobre os meus ombros pesavam tanto, a blusa leve que eu vestia tinha toneladas em cada costura, meus pés pesados não queriam sair do chão. Você estava tomando distancia, você estava indo em direção contrária ao que me prendia os pés, você se arrastava. Você ia, você não voltará as 12h como marcamos. Eu não tinha mais planos, então eu corri, corri.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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