quinta-feira, 29 de março de 2012

Em vigilias.

Posso sonhar com você?

Estávamos com as mãos entrelaçadas, nossos corpos entravam em chamas quando por acidente tua boca encostava-se à minha, quando por acaso o vento forte trazia o teu cheiro - aquele que eu já sentia. Senti meu corpo fraquejar diversas vezes, meus pés mal suportavam o peso dos suspiros que eu deixava escapar por acidente. Parecia uma tonelada nas minhas costas, minhas mãos esbranquiçadas com o frio que estava me deixando, ou melhor, me deixou na direção de tuas pegadas. Quando finalmente te encontrei, quando eu larguei tudo e fui correndo te buscar, justo quando eu por sorte deixei tanta coisa pra trás por você. Logo quando eu me desliguei do mundo aqui fora, bem no momento em que a caminhada na escuridão tinha acabo, quando estávamos em encaixe mutuo, quando tua boca fazia parte de mim. Quando meu corpo soltava as notas, quando teu toque me acendia, foi aí que eu acordei.

Meus olhos cobertos de arrependimento se fecharam, tentei te buscar naquela nova escuridão que se formou, ficava difícil puxar o ar ao meu redor, eu precisava do mesmo ar que te rodeava amor, eu precisava voltar. Voltar e dizer que você é metade de mim, voltar e jogar na tua cara que eu quero ser tua. Comecei a entrar em pânico, meus olhos não te encontravam em lugar algum, você estava perdido. Levantei, o ambiente estava o mesmo de sempre mas dentro de mim algo gritava, pedia por liberdade, pedia pelo abraço que não te dei, pelo beijo que idealizei, pelas marcas que você me deixou. Meu corpo passou a semana inteira pedindo por você, forcei-me a deitar cada vez mais cedo pra te encontrar em qualquer esquina vagando nos meus sonhos. Só queria te encontrar mais uma vez, teu corpo no meu por dez segundos.

Então amor, me deixa sonhar com você?

Hélida Carvalho.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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