O gato miava na sacada da janela, quase implorando pra que eu deixasse ele escapar, mas eu estava tão distante daquele som, estava olhando as nossas fotos. Lembrava da maneira que teus olhos clareavam a cada flash, em cada foto tínhamos sorrisos amarelados e histórias de pura aventura, aquela que denominamos de amor. Nosso sentimento era casual, a obrigação de nos amarmos de segunda a segunda escapava quando estávamos juntos, tudo que realmente importava era os fios loiros caindo pela tua testa, o jeito como você me olhava quando por acidente algo me distraia, me atrevo a falar de como tua boca me chamava atenção enquanto você conversava. Deixava algo escapar nas tuas falar, mas continua a encarar teu rosto com tamanho entusiamo que minhas pernas mesmo escondidas atrás do banco ainda tremiam. Lembro-me como navegava no azul dos teus olhos pedindo para que cada ponteiro do relógio quebrasse, que as horas não fossem adiante porque nosso momento estava eternizado num olhar que me encheu os olhos. Teu azul me inundou amor, mas você escapou da escuridão dos meus. Rios negros que pediam por amor, imploravam por uma porcentagem a mais de você.Em cada foto uma lembrança, em cada azul estampado nas minhas camisas os teus oceanos ainda me molham, me deixa nadar?
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