domingo, 11 de março de 2012

Par de olhos.

O gato miava na sacada da janela, quase implorando pra que eu deixasse ele escapar, mas eu estava tão distante daquele som, estava olhando as nossas fotos. Lembrava da maneira que teus olhos clareavam a cada flash, em cada foto tínhamos sorrisos amarelados e histórias de pura aventura, aquela que denominamos de amor. Nosso sentimento era casual, a obrigação de nos amarmos de segunda a segunda escapava quando estávamos juntos, tudo que realmente importava era os fios loiros caindo pela tua testa, o jeito como você me olhava quando por acidente algo me distraia, me atrevo a falar de como tua boca me chamava atenção enquanto você conversava. Deixava algo escapar nas tuas falar, mas continua a encarar teu rosto com tamanho entusiamo que minhas pernas mesmo escondidas atrás do banco ainda tremiam. Lembro-me como navegava no azul dos teus olhos pedindo para que cada ponteiro do relógio quebrasse, que as horas não fossem adiante porque nosso momento estava eternizado num olhar que me encheu os olhos. Teu azul me inundou amor, mas você escapou da escuridão dos meus. Rios negros que pediam por amor, imploravam por uma porcentagem a mais de você.Em cada foto uma lembrança, em cada azul estampado nas minhas camisas os teus oceanos ainda me molham, me deixa nadar?

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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