domingo, 11 de março de 2012

Asas em BH.

Poderia se chamar José ou até mesmo Serafim, quando criança sempre imaginava os anjos com nomes antigos, não queria estragar minhas ilusões com a modernidade dos nomes. Posso te chamar de Serafim? Digo, posso te escrever em carta o que ando sentindo por você? Posso até te contar em segredo que tenho teu nome escrito na beira da cama?

Tento me conter com as oscilações de humor entre a saudade e amargura por te ter tão longe. Quantas declarações ainda terei que fazer, Serafim? Mostro-te toda essa confusão dentro de mim em forma de prosa pra que você saiba que pode me amar. Eu deixo, vem e me ama. Depois de tanto tempo te enchendo, peguei teu coração pelas bordas, fui desenhando meu nome em cada mês. Há tempos em que nada me vem no pensamento, só tua imagem bordada em toalha de mesa. Só teu sorriso em capa de revista, teu cheiro no vidro rosado que tenho em cima da instante. Tua imagem no espelho sorri pra mim, sorrio de volta quantas vezes for preciso para que note que nenhuma noite me deitei com perguntas me atormentando. Aquelas que me faço quando a saudade do teu amor aperta.

Posso ter devaneios com anjos? Não consegui me conter quando te beijei, meu corpo pedia pelo teu beijo mais uma vez, mais outra vez e outra e outra.. Meus olhos pedem por você Serafim, os muros que nos servem de barreira amanhã serão derrubados. Quero ouvir teu uai no meu ouvido, quero andar de mãos dadas com você em forma humana. Mas desejo voar pela cidade quando tu tiveres forma de Serafim, voaremos e os olhares invejosos serão distraídos pelos olhos claros e palavras enfeitadas.

Quero o cheiro das tuas asas no meu cabelo.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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