sábado, 16 de junho de 2012

Sigo contando os dias em que o paraíso será o céu do seu quarto. Em que colocaremos no fundo do poço tudo que restou das luas que passaram sobre nós. Das lembranças que rondavam nossas ruas e nos tiravam o sono, ou nos colocavam pra dormir por horas, naquelas em que nos encontrávamos e nos despedíamos quando o sol batia na porta e pedia pra entrar. Sem convite, nos balançava e teríamos um dia a menos em distância, um dia a menos de esperança, uma noite a menos de son(h)o. Uma hora a menos pro teu abraço ser a minha nova casa, minutos contados nos dedos das mãos pra sermos um só. Assim como sonhamos todas as noites desde que nos encontramos. Como toda poesia que escrevo tem um pouco do teu olhar, como toda música nos ouve e ninguém canta pra nós. Como todo dia é bonito quando você está lá, como toda noite é sonho quando teu cheiro passa pela porta do quarto e me convida para deitar mais cedo. Como o teu fantasma tem um lugar na minha cama, e não me deixa ir embora. Não me deixa sentir medo, não me deixa ser menos tua quando acordo. E assim sigo sonhando os dias em que o paraíso será o céu da tua boca.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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