segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Promessa vagas, da boca pra fora. Promessas mortas e promessas fracas, mas são as promessas que eu fiz. As promessas que eu moldei com teu nome, com teu sobrenome, com tua foto no canto da tela e com tuas frases feitas. Prometi não te enterrar a sete palmos no cemitério que é o meu coração, prometi te fazer sorrir mesmo quando tua boca parece costurada pelas mágoas que te assolam. Te dar um céu acima do teu quarto, te dar asas porque tuas pernas não são suficientes quando se trata de amar, quando se trata de jogar o coração pela janela e ele só cair no chão. Eu te daria asas. Talvez você voaria pra longe de mim, ou talvez cruzasse por aquela porta e ficaríamos mais próximas do que nunca. Te daria coragem também, coragem pra abrir os olhos e entender que o mundo é maior que o teu olho pode alcançar, pra você notar que todo dia é o fim do mundo, mesmo quando o dia é o mais feliz da tua vida. Que todo dia é o ultimo, que toda hora é adeus, que todo céu some, que toda luz se apaga, que só o amor de verdade fica, que existem outras pessoas, outros sorrisos e outras 'você' aí dentro. Que você chora hoje, pra não ter que forçar um sorriso amanhã.

O que escrevo é seu, as palavras que te soprei agora são tuas. Essas palavras aqui não serão repetidas por ninguém, porque só cabe você e eu nessa carta, e o abismo entre você e eu é só amar, aceitar, esperar um amanhã e voar. Ou pelo menos carregar uma ilusão bonita que o destino existe e a fé move montanhas. Anota isso: Você é mais. Mais do que as pessoas podem ver através do reflexo no espelho, mais do que as musicas que você ouve, mais do que as pessoas que você ama. Você é mais do que as definições que te cabem. Você é tudo que alguém pode ser, só que com mais ousadia. Você não carrega ideologias, não carrega mágoas, não carrega definições, você se transborda em você todas as manhãs. Você não sabe o que escrever quando o coração ta cheio, sabe por que? Porque o coração ta estrangulado, não consegue respirar. Eu sei disso, porque eu sou assim, um tanto sufocada e a beira da morte todas as noites. Você é mais do que eu escrevi, mais do que eu penso, você é mais que eu poderia segurar nos braços. Por isso te carrego na alma, assim, leve como uma pena. Uma pena cheia de esperança e palavrões.

Você é mais preciosa do que consegue imaginar. Você é luz, é escuridão, é sufoco, é tragédia e um acidente. Mas só está em fase de ser lapidada. No futuro bem próximo você será o diamante mais caro que qualquer um pode carregar. Eu amo você, e só estou cumprindo promessas.
Com amor, nostalgia e você no peito.
Hélida Carvalho,
Endereçado a quem carrega amores em um caminhão de gás, Yasmin Diniz.

Um comentário:

Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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