sábado, 4 de agosto de 2012

Quando os teus dedos cansarem de tocar o meu corpo, quando teus olhos perderem o brilho ao sorrir, quando tua mão cansada não quiser mais encontrar a minha, quando o meu cabelo perder o cheiro que você gosta, quando meus poemas perderem a validade, quando nossos corpos juntos não tiverem mais um ritmo compassado, quando não sentirmos mais vontade de dançar juntos, quando nossos beijos ficarem frios, quando nosso encaixe perder as peças, quando tua cama não tiver mais espaço pra mim, quando meu retrato na tua cabeceira for só mais uma foto de uma estranha, quando teu cachorro não me reconhecer mais na entrada, quando a sua mãe não me olhar e acenar pra mim na rua, quando você ver brilho nos olhos de outro alguém, quando esse outro alguém não te desejar como eu, quando teu coração estiver dilacerado a procura do meu, quando nossas almas acharem a chave da corrente que nos prendeu: eu te liberto.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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