segunda-feira, 17 de setembro de 2012

...é o resultado de não saber quem sou.

Se a voz que ouço não é minha, se os olhos que choram não me molham o rosto, se o cabelo que me cai no ombro não é preto, se o que escrevo não tem dono, se tropeço e não levanto, se me calo e esqueço de responder, se não vejo e choro, se teu perfume cola no meu vestido, se te olho mas não te sigo, se não sei o que responder, se não sei como beijar um estranho, se não sei dançar jazz, se não sei admirar quem morreu por amor, se não recito poesia, se não sei cantar em inglês. Se não sei o que é amar, se não sei o que é dormir com o teu braço sobre o meu, se não sei nadar, se sei só mergulhar e voltar a areia. Se não sei ficar em silêncio, se não sei falar o que ensaio, se não correr, se não sei gritar na multidão. Se não sei ouvir sem interpretar, se não sei recitar poema, se não sei morrer de amor. Se não sei ser abuso, se não sei quem escreveu isso...
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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