quero duas fotos dos seus pés.
três passos com o esquerdo, dois com o direito, e você cai no tesouro que é a minha cova.
faz da minha cama nosso cemitério, me enterra nos teus cabelos, me faz navegar pelas tuas veias, dando voltas incessantes por cada nó que teu dado programa pro próximo fim de semana.
não me beija.
me usa como um cigarro barato, me joga fora na metade e me deixa queimar até o filtro.
me deixa ser usada por alguém, só por curiosidade.
me passa de mão em mão, até ninguém mais querer me olhar com seriedade.
me dá uma foto dos teus pés, pra que nesse caminho jamais eu erre novamente.
[…]
não tenho fim,
mas morro em cada boca que me usa.
Hélida Carvalho
Perfeito, Hélida! *-----------*
ResponderExcluirObrigada, Matheus!
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