O coração dilacerava-se a cada instante, em inércia ia se encontrando, se perdendo em uma dor que mais parecia estacas me tirando o suspiro do minuto seguinte. Pensava em se render a cada fagulha sentindo suas veias se fechando, e então derramava-se em devaneios sobre o que a fazia continuar, ou o que a matava ainda mais. Estar de mãos entrelaçadas com a morte todas as manhãs me trazia uma rotineira dor no peito. Deparou-se com a ilusão em um maço de folhas, desejava que cada verso destinado a outros olhos se encaixasse nela, para que metade das agulhas que a atormentava se fosse. Sem dar adeus, desfazer o entrelaço entre a menina dos olhos mortos e a morte com olhos de menina. Não sabia se tinha convidado as sombras que a assolavam, ou se por conveniência me acompanhavam mesmo sem ter pedido tais presenças.
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