terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O coração dilacerava-se a cada instante, em inércia ia se encontrando, se perdendo em uma dor que mais parecia estacas me tirando o suspiro do minuto seguinte. Pensava em se render a cada fagulha sentindo suas veias se fechando, e então derramava-se em devaneios sobre o que a fazia continuar, ou o que a matava ainda mais. Estar de mãos entrelaçadas com a morte todas as manhãs me trazia uma rotineira dor no peito. Deparou-se com a ilusão em um maço de folhas, desejava que cada verso destinado a outros olhos se encaixasse nela, para que metade das agulhas que a atormentava se fosse. Sem dar adeus, desfazer o entrelaço entre a menina dos olhos mortos e a morte com olhos de menina. Não sabia se tinha convidado as sombras que a assolavam, ou se por conveniência me acompanhavam mesmo sem ter pedido tais presenças.

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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