segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não existimos mais. Somos espécies mortas, a nossa criação foi piada de mal gosto.

Diga que sentiu a minha falta, ando acreditando em mentiras bonitas. Dedique-me parte do seu tempo, cante-me as mesmas repetidas canções que você choraminga para aquela tua amiga estranha. Me faz acreditar que o mundo gira ao meu redor, que o sol vai nascer amanhã e que será um dia mais perto de ter. Vem, eu tô interessada em mentiras sinceras. Ainda me interessarão pela manhã, ainda vou acreditar nas tuas palavras bonitas, nas tuas frases repetidas. Vem, me fala antes de ir que vai sentir saudade, que vai voltar e me ter. Vem, antes que eu vá. Vem, quero saber mais de você, quero ouvir teus segredos, mas vem rápido que eu tô por um fio. Tô na beira do abismo apreciando a vista, tô sentindo o vento me arrebentar os cabelos, tô sentindo o arrepio na espinha e o medo de morrer de amor. A vista é bonita, os carros parecem pontos, as placas não significam nada, ruas cheias de pessoas vazias, becos entupidos de desejos malucos, de malucos com desejos ínfimos.
Hélida Carvalho

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Trecho de "Eu, delírio."

"Sendo despertado por amantes que batem na porta às 5:50h da manhã e esperam ser atendidos com um belo sorriso, e um exalo leve do cheiro que carrego. Devo avisa-los que veneno tem gosto doce, e é um delírio em fim de tarde. Não acostume-se com o sabor, se não vai beber dessa água por muito tempo."

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Escrevo porque não posso sair gritando nas ruas, ou talvez escrevo porque ainda não tenho o que falar. Hélida Carvalho, inspirada na musica que me ouve.

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